terça-feira, 18 de outubro de 2011

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Adormeço nos versos que canto para uma folha de papel em branco. Durante o sono enquanto sou empurrado de sonho em sonho, pela vontade de um inconsciente que procura uma realidade onde se possa inspirar, o dia, os dias retornam. Salto de cenário em cenário sem saber me encontrar. Adormeço dentro do sonho e a folha já lá não está. Desespero, tenho vontade de escrever... tenho palavras para te dizer e não te encontro. Concentro-me no desejo de uma folha branca. A carícia de uma caneta sobre as suas fibras, o toque sereno que rapidamente se agita. Sou eu em ti. O meu corpo sobre o teu. O doce sabor da tua tinta. Exaustão de palavras e letras a correrem como se estivessem em fuga. Uma porta. Rápido! Uma porta que as segure. A música de fundo... a música que não é daqui. Acordar. Sobressalto em respiração ofegante, a corrida que agora parece minha. Em olhar rápido descubro-te. Sobre a mesa a folha e a caneta repousam lado a lado, serenas.

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