quinta-feira, 6 de outubro de 2011

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Sobre a mesa um cigarro pousado. Espera que eu o acenda desde que aqui me sentei. Entre a angústia de hora que não chega para me trazer certezas que não tenho a certeza de querer conhecer e o quotidiano fácil, ele continua ali pousado. O ritual pode começar a qualquer momento. Isqueiro, cinzeiro e cigarro todos lado a lado. A teimosia do nervosismo insiste para que não o faça apesar da vontade. Permanecer no estado de alerta, sem descontracção até que chegue o momento. A cada toque do telemóvel, a cada breve sinal de que algo possa acontecer a respiração pára. A hora que não chega. Sinto-me um condenado à morte no caminho do corredor. Já sei que acabará por aqui só resta saber quando.

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