domingo, 2 de outubro de 2011

275

Deitei a cabeça sobre uma fotografia pousada na mesa. Procurava encontrar o tempo nela contido. Falhei. Falhei demasiadas vezes nesse tempo, continuo a falhar neste tempo. Continuo a falhar até mesmo para encontrar esse tempo. Onde se escondem as coisas que o tempo nos leva. Onde se guarda a memória. Onde estão os dias felizes que tardam em voltar. Onde estão as tardes de sol brando a queimar pele dos amantes regularmente sentados em esplanadas e jardins amando o sentimento de amar. Onde estou eu agora quando escrevo estas palavras. Tento penetrar a realidade da fotografia, quero voltar, quero viajar no tempo até lá e voltar a fazer tudo igual. Errar de novo, viver de novo e esquecer que viajei no tempo. Diz o povo que o que não tem remédio remediado está. Seja! Só quero voltar, só quero ver-te mais uma vez. Quero errar contigo. Quero ser errante contigo.

Sem comentários:

Enviar um comentário