terça-feira, 31 de maio de 2011

151

Esquece o beijo no calor de uma cama abandonada que ainda te procura nas marcas que deixas para trás. Esquece o dia que está lá fora. Chuva que cai e que nos empurra para os braços um do outro. Deixa o vento assobiar o teu que não esqueço. Esquece tudo e segue em frente porque amanhã o sol brilhará outra vez.

domingo, 29 de maio de 2011

149

Hoje, talvez só por breves momentos, precisava do teu abraço. Precisava de voltar a sentir que sou capaz. O amor não é uma bicicleta e acho que já não sei como pedalar para chegar até ti. Fiquei para trás, perdi-me no caminho para casa da última vez que o fiz e agora não sei como ir, nem para um lado nem para o outro.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

147


Com os primeiros raios de sol deste dia levanta-se uma brisa pesada que me percorre parte do corpo. Há um cheiro no ar que se entranha em todos os poros. Na verdade é só mais um dia como todos os anteriores. A brisa só me empurra para o medo do que sinto, o teu cheiro entranha-se em mim e não larga a minha memória. Mais um dia que acabará por passar... 

Bonjour Tristesse!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

145

Uma luz intensa que corta pela janela dentro traz uma mensagem de uma lua acabadinha de chegar. Sussurra-me nos ouvidos palavras que gostava de ouvir que se agitam na noite ao sabor do vento. Gostava de te contar tudo o que ela me diz, gostava de te sussurrar palavras doces ao ouvido e iluminar-te com o que ainda resta daquela luz.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

143


Há um pé que vem sempre atrás do outro - são passadas. Em sucessão e bem seguidas e definidas é o que se chama de andar. Para a frente e para trás, para a esquerda e para a direita. Bem orientado com ritmos e bem acompanhados chama-se dançar. Começa-se o mundo assim...

sábado, 21 de maio de 2011

141

É uma cidade de ilusão, de fabricantes de ilusão, do teatro, do cinema, da história. Ao mesmo tempo é uma cidade nostálgica, construída sobre diversas camadas de mito e realidade. É uma cidade corrompida mas sempre, sempre, eterna, com várias vidas e várias mortes. Esta cidade é portanto tudo menos uma sinfonia. É muito mais que um verdadeiro quadro fílmico onde podemos encontrar sobrepostos mito e realidade, sonho e pesadelo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

139


Quando amanhã te perguntarem por nós responde que estamos em todo lado. Quando te perguntarem o que nos separa, responde que são apenas poucos metros geográficos. Onde o teu coração estiver, estarei lá. Onde a tua voz gritar liberdade, os meus ouvidos escutarão combate. No fim quando os nossos olhos se cruzarem e as nossas mãos se encontrarem seremos apenas seres no caminho da felicidade.

terça-feira, 17 de maio de 2011

137


Arrisca as ruas em riscos coloridos. Não sabes o quanto me faltas, não sabes quanta distância nos separa. Risca a tua presença em linhas cinzentas. Fazes contornos no meu coração que deixas por colorir. Arrisca-me que eu traço-te na minha pele. O amor é como o rasto de um avião a rasgar o céu. Deixa o corpo estremecer, deixa que o desejo se liberte. Que as lágrimas descansem o seu sal na ponta dos meus dedos enquanto os lábios se adoçam. Pelas ruas as sombras terão a coragem de encontrar o que os corpos se impedem de fazer e em todos os cantos as palavras vão começar todas pela letra liberdade.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

133


Cada corpo tem harmonia, cada corpo tem imperfeição. Gosto das desarmonias, dos desafios de te encontrar onde não te sei procurar. É mais que beleza, é mais que paixão. Há dias em que o teu nome é o nome da minha rua e que o meu corpo se esquece na soleira de uma porta à tua espera. Há quem acredite em milagres, há quem acredite na hora certa do carteiro que passa. Hoje olho à volta e a companhia de uma sombra diz-me que sou um homem só.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

132

Aqui estou eu sentada

a espera de ver passar

a ébria loucura, que

o inconsciente por si já

trás à vida.


E estou sentada, esperando

sozinha, suportanto a culpa

que não é só minha

de odiar tudo o que não posso mexer


Nesta cidade, escura e humida

onde por vezes o sol bate

sem querer


vejo passar o tempo

correndo, lentamente

como se fosse a ultima vez


Continuamente observo

o tempo, as flores

flores de espinhos e dores

de magoas e louvores


Procurando o tempo que não tenho

fugindo da jarra

sobre a qual jaz a minha alma


Continuamente sentada à espera de ver

a ébria loucura

que o homem por si já

trás à terra.


Fala-me o tempo de diz-me

o tempo

que as minhas flores

estão a chegar


Falou-me o tempo

mas não deixou de correr.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

131


Talvez seja da voz que continua a ouvir-se mesmo depois de partires. 
Talvez sejam os cheiros que se entranham na minha pele, no meu corpo. 
Talvez sejam as memórias do teu toque subtil, do teu abraço. 
Talvez seja da poesia escrita numa parede. 
Talvez seja a necessidade de reduzir o mundo numa palavra. 
Talvez seja ela, 
talvez sejas tu...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

129


Fazes perguntas que não sei responder. Tocas músicas das quais não reconheço as notas. Já não sei quem és. Já não há espaço nas páginas vazias para mais palavras sem sentido. Fecham-se os olhos porque não se precisa olhar. Fecham-se os olhos porque não se quer ver. Falta-me o ar, falta-me a vontade. Cortam-se as asas porque já não é preciso voar. Faltas-me. Porque te atreves a faltar-me?

sexta-feira, 6 de maio de 2011

126

Hoje a noite está estranhamento silenciosa. Não se ouvem os comuns latidos nem o comum pior. Todo este silencio e toda esta escuridão dá-me um arrepio frio, quase como se alguém me sussurrasse ao ouvido, pela primeira vez tenho medo em apagar a luz com medo do mundo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

123

Uma cabeça cheia de nada e um coração cheio de tudo. Uma cidade pintada em tons de cinzento e um céu carregado de lágrimas. Uma manhã marcada pela suspeita de um novo dia cheio de imprevistos. As músicas de fundo eram só um sinal da tua partida. Já não há flores presas no cabelo nem mãos que se tocam sem querer. Hoje deixaste simplesmente de ser, deixaste de estar... e talvez haja amanhã!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

122

Perdi (te) porque passo demasiado tempo a olhar para o chão com a cabeça no céu.

domingo, 1 de maio de 2011

121

Anda. Vem comigo. Deixa que te mostre um caminho possível. Deixa as palavras embalarem o teu corpo e deixa que os meus braços sejam um mar que te envolve. A busca incessante pelo outro nas portas que se abrem e fecham e o fim que já se perdeu para além do horizonte. Vamos. Anda lá para a frente junto das letras que nos... escrevem e das imagens que ficam na nossa memória.