sexta-feira, 14 de outubro de 2011

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A tristeza das ruas molhadas em dias cinzentos de inverno encharca os olhos de quem passa. Uma poça de água reflecte um eu que não reconheço. Essa tristeza das ruas, das casas abandonadas encharca-me a mim também. Contagia-me. Sei que estás de partida assim como esta chuva fora de estação. És um fruto do verão e sei que o outono te levará para longe. Matas a sede em dias quentes mas não sabes viver com chuva. Se te chamas assim não tentes passar por outra pessoa e quando a saudade vier escreverei sobre ela. Quando a dor vier escreverei sobre nós e quando o amor vier, apenas farei silêncio cobrindo os teus lábios com um beijo.

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