segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

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Com a certeza de uma noite já mal passada, são cinco e tal da manhã e ainda não consegui adormecer. Às voltas na cama, com um calor insuportável e perdido no meio de lençóis já bastante maltratados pelas voltas e revoltas desta noite que não me parece que vá trazer alguma coisa de bom. Acabo por não resistir e desarmo, levanto-me e digo o último adeus ao leito do descanso que acabo de perceber que nunca iria chegar na noite de hoje. Rendido dirijo-me para a cozinha, a bater aqui e ali nos móveis e em objectos que neste momento soou incapaz de reconhecer. Abro o frigorífico à procura de água que me alivie deste calor mas o impacto da luz e da brisa fresca que dele saem quase me deitam ao chão. Recuperado daquele choque deixo que a água me escorra pela garganta por dentro e por fora. Sinto um novo alento mas não há forma de aliviar aquele calor. Começo a conformar-me com o facto de ter que passar a noite em branco e procuro algo para me ocupar.

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