segunda-feira, 28 de novembro de 2011

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Sempre estive aqui aprisionado no teu calor, no teu frio, fustigaste-me com a tua chuva e poucas vezes quisestes saber de mim. Agora que te tenho de deixar para trás, olho pelo vidro embaciado do carro e vejo-te triste numa despedida que nunca teve o seu tempo. As despedidas são sempre assim sem tempo e com muitas demoras, bem sei. O barulho do motor tenta fazer esquecer-me os teus sons… cidade minha. Não é pela chuva que vai caindo de encontro à janela e que se poderia confundir com as minhas lágrimas, não é pela humidade no ar que só me faz sentir mais só ainda. Para onde me levam? Porque deixo eu que me levem? Não percebo a inércia destes dias que me deixam estático perante a vida que se desenrola à minha frente.

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