domingo, 27 de novembro de 2011

331

Da janela a vista é todo mundo mas de uma modéstia envergonhada como se dali para a frente nada existisse, uma espécie de parede decorada, pintada de minuto em minuto, um cenário infinito. Para completar o espaço uma secretária antiga e pesada, marcada pelo tempo e pela dureza das palavras que por ali já passaram. Odores, suores de noites mal passadas, lágrimas de páginas mal conseguidas, corpos entrelaçados em gestos de amor na busca de inspiração. Palavras que ficaram caladas nas bocas que não se souberam abrir na altura certa e paixões que esmoreceram em palavras.

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