sexta-feira, 26 de agosto de 2011

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Procuro atentamente encontrar um traço íntimo no reflexo do meu espelho. Do outro lado apenas uma cegueira de formas é reflectida sobre a pálida imagem. Os sinos da assembleia sublime tocam frenéticos ao fundo, no chamamento diário para o ritual da carneirização. A matança da autodeterminação tem mais uma vez lugar. Não entro, recuso-me a entrar. Fito novamente o espelho teimoso que hoje se recusa a reflectir. A agnosia de formas é agora obtéctea. A acridez do meu pensamento responde descortesmente ao espelho, És uma falsa mentira.

Tudo é ficção, até os remorsos.

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