sábado, 16 de abril de 2011

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Há em mim a vontade, de em ti, excluir do corpo a permanente dor de um passado de paixão solitária. No entanto, a construção detalhada de passos seguros, destrói para mim a estética por mim criada da paixão e por consequência da sua dor. A paixão segura equilibra apenas a vida vulgar, arruína a contemplatividade do sofrido desejo e a sua concretização em linhas puras de carvão. Quanto mais respiro ao teu lado, mais se perde o cheiro da tua pele, desvanece a linha crua da tua mão e me sufoca a calma desta raiva-paixão.

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