segunda-feira, 7 de março de 2011

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Carta de amor à Catarina

E num instante, como sopa instantânea todo um aeroporto se levanta. Sabes que odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio voar, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, odeio, voar, voar, voar, voar, voar, voar, voar, o ar! Mas gosto de estar suspensa pela ponta de uma corda amarrada ao coração. Para a próxima dou corda e vou, e voo. Se o amor é ir, de avião não será de certeza. Talvez no comboio das oito, ou a pé. Mas nunca será mais a voar.
Amor é ir? para onde, porquê?
Só ir? e ficar? deixar de ir...deixar ir? amor é sem duvida deixar ir. Amor é acordar o desconhecido do lado para que ele, ao contrário de mim, não perca o voo.
Amor é dar a mão à mulher estranha o quando o avião abana.
Amor, amor, amor, amor....
Amor é cheiro de meia de leite.
Amor é saber que deixamos saudades, que levamos saudades.
Amor é saber que existem braços abertos de onde viemos e para onde vamos.
Amor é aquele cigarro na tua varanda, é aquele shiiiuuuu é segredo.
Amor é uma torrada, com manteiga ou queijo, mas torrada.
Amor é ir e vir, não por ti, não por mim, mas por todas as pessoas do mundo.
Amor é fazer check-in para o mundo.

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