quinta-feira, 12 de maio de 2011

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Aqui estou eu sentada

a espera de ver passar

a ébria loucura, que

o inconsciente por si já

trás à vida.


E estou sentada, esperando

sozinha, suportanto a culpa

que não é só minha

de odiar tudo o que não posso mexer


Nesta cidade, escura e humida

onde por vezes o sol bate

sem querer


vejo passar o tempo

correndo, lentamente

como se fosse a ultima vez


Continuamente observo

o tempo, as flores

flores de espinhos e dores

de magoas e louvores


Procurando o tempo que não tenho

fugindo da jarra

sobre a qual jaz a minha alma


Continuamente sentada à espera de ver

a ébria loucura

que o homem por si já

trás à terra.


Fala-me o tempo de diz-me

o tempo

que as minhas flores

estão a chegar


Falou-me o tempo

mas não deixou de correr.

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